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25.1.06

Mercadão: 73 anos


O Mercado Municipal Paulistano, o mais tradicional do estado de São Paulo, completa setenta e três anos junto com a cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro, que por sua vez comemora seus 452 anos de fundação.

O sucesso dura mais de sete décadas e a cada ano que passa atrai mais clientes. O clima familiar, a riqueza, a variedade em seus produtos comercializados e os lindos vitrais nos fazem lembrar de uma época em que São Paulo não tinha tanta correria, barulho e violência. Este sucesso talvez seja atribuído aos grandes números que o Mercadão possui: numa área total de 12.600 m2 possui 22 portões e tem sua arquitetura planejada por Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Os famosos vitrais em estilo gótico foram produzidos pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho (cujo trabalho também pode ser apreciado na Catedral da Sé e em outras 300 igrejas brasileiras); o vidro colorido veio da Alemanha e ao todo são 32 painéis, subdivididos em 72 vitrais onde se pode ver o trabalho manual do colono no cultivo e colheita, a tração animal para o arado e para transporte, a paisagem, a criação de gado e de aves que comporiam o cenário para sua obra.

Curiosidades e números
Considerado muito elegante, o Mercadão, como foi apelidado carinhosamente, foi considerado "majestoso demais para a finalidade", na época de sua inauguração, quando também era qualificado como "templo da gastronomia".

A construção tem mais de 10 metros de pé direito, sustentado por imponentes colunas.

Além dos produtos alimentícios das mais variadas procedências, outros grandes atrativos do Mercado Municipal são os vitrais em estilo gótico. Além disso, adornam o edifício abóbodas sustentadas por arcos abaulados.

Todos os dias saem do Mercadão cerca de 350 toneladas de alimento. Pelos seus corredores diariamente circulam cerca de 10 mil pessoas -- aos sábados o número dobra.

O Mercadão conta atualmente com mais de 360 boxes -- que vendem desde bolinhas de mussarela com recheio de goiabada até carne de cordeiro, passando por produtos raros e exóticos como carne de jacaré e mangostin, charutos, flores, utensílios domésticos, animais de estimação e, claro, um delicioso cafezinho -- espalhados pelas nas "ruas" dentro do mercado, que garantem 1.000 empregos diretos. O mercado possui 189 quitandas, 34 açougues, além de floriculturas, lanchonetes, tabacarias e cafés.

Fregueses garantem que o sucesso é devido também aos bons serviços prestados pelos comerciantes que tratam bem seus clientes dando o máximo da atenção e respeito.

Uma história de Revolução e arte
Quem passa pelo Mercado Municipal Paulistano, localizado no Parque D.Pedro II, no centro da cidade, não imagina que por trás de tanta fartura e beleza, há recordações e histórias que permitiram transformar um galpão de armas em um rico mercado gastronômico e cultural. Uma referência internacional.

Em 1926, o prefeito da capital encomendou um projeto de um mercado para o escritório do engenheiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o mesmo que projetou o Fórum, O Palácio das Indústrias e o Teatro Municipal de São Paulo. Este projeto iria substituir um conjunto de galpões da rua 25 de março. Para construir este projeto, Ramos elaborou o mercado em estilo neoclássico e requintado, apresentando grandes vitrais e telhas de vidro proporcionando uma iluminação natural. A intenção de Ramos era tornar a atividade da compra um passeio cultural. Para tanto, contou com o auxílio do vitralista russo Conrado Sorgenicht Filho que projetou 72 vitrais em vidro acrílico, dividido em 32 painéis baseados nos produtos agrícolas e pecuários do interior paulista que abasteceriam o mercado, já que na época, eram elas a base das riquezas econômicas do Estado de São Paulo.

Em 1932 estava pronto o mercado. Mas a Revolução constitucionalista estourou naquele ano, transformando o mercado em uma base de abastecimento das tropas constitucionalistas, tornando-se um paiol de armas e munições onde soldados usavam os painéis como treinamento de alvo. Devido ao estrago feitos pelos soldados, foram preciso dois meses para recompor as peças para inauguração oficial que aconteceu no dia 25 de janeiro de 1933.

No inicio houve problema no mercado, pois os comerciantes não queriam se transferir para aquele local, já que há um ano antes havia sido paiol de munições da Revolução de 32. Aos poucos, os antigos mercados locais e comerciantes se transferiram para este "mercadão", já que a prefeitura decidiu ceder de graças os boxes.

Hoje é o mercado o mais tradicional contendo uma grande variedade de alimentos nacionais e importados, além de ser um patrimônio histórico em que é possível encontrar cultura, arte, tradição e lazer.

E depois do projeto de modernização ficou ainda mais bonito.

Parabéns Mercadão!
Parabéns Sampa!
:-)



4 colherada(s) em «Mercadão: 73 anos»

Acredita que nunca fui lá?
Blogger Unknown em 26/1/06 19:34 h |

 

Nem eu, Marcinha. Sempre passei em frente, mas prometi a mim mesma que é um dos lugares que eu quero visitar quando for para o Brasil novamente, porque tem os tais vitrais (os mesmos que o meu marido projeta). E já que estarei por lá, aproveitarei também para saborear o famoso sanduíche de mortadela que eu vi numa reportagem: 250 gramas de produto fatiadas a gosto do freguês para serem degustadas acompanhadas de salada, tomates, queijos, etc.

Fiquei com água na boca (sou fã do sanduba de mortadela)... :-p
Anonymous Anônimo em 28/2/06 11:37 h |

 

Bolas . . . . faça uma pesquisa (GOOGLE), antes de escrever asneira . . . . Conrado Sorgenicht nada tinha de russo . . . é de descendência alemã . . como pode ser constatado ao pesquisar nas inúmeras páginas do GOOGLE
Anonymous Anônimo em 20/6/06 14:24 h |

 

Caro Anônimo: a informação sobre a nacionalidade de Sorgenicht foi retirada da página da PMSP e também do Mercado Municipal, linques relacionados abaixo do artigo. Se eles erraram, eu errei e peço desculpas pela falta de atenção em não buscar a informação correta -- não imaginaria nunca que eles próprios divulgariam uma informação incorreta.

Aceito sua observação, porém cabe dizer que uma crítica pode ser feita de várias formas. "Escrever asneira" é uma expressão bruta. Porém, o que eu considero mais bruto do que isso é responder a quem não conheço nem menos o nome.

De qualquer forma, agradeço a sua visita e deixo também o meu toque para você, pois nessa hora a netiqueta prevalece.
Anonymous Anônimo em 23/6/06 21:14 h |

 


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