Leituras gastronômicas #1
O lado doce da culinária pelotense
por Vanessa Lins
Muitos não sabem mas Pelotas guarda uma doce surpresa, que habita as cozinhas e confeitarias da cidade. Uma rebuscada e tradicional doçaria de raiz lusa, que tem como ingredientes de base açúcar e ovos, muitos ovos, por sinal. O livro "A Doçaria Tradicional de Pelotas", do SENAC, traz uma amostra do que de melhor é feito entre os doces pelotenses. Um verdadeiro atentado à balança e um deleite para os olhos e para o paladar de quem não está nem aí para os possíveis quilos a mais.
Com textos de Mário Rodrigues Correia (prefácio) e ensaios de Raul Lody e Mario Osório Magalhães, cada um aborda diferentes aspectos da rica e saborosa doçaria luso-pelotense. O antropólogo carioca Raul Lody, por exemplo, trata da origem dos doces em Portugal e de como essa terra influenciou a culinária da cidade localizada ao extremo sul do Brasil.
Ele começa com um breve relato da descoberta da cana sacarina trazida da Ásia e de como esse produto se tornou importante para o desenvolvimento econômico das terras de Dom Pedro. Foi lá, segundo ele, nos mosteiros e conventos portugueses, onde se deu o desenvolvimento dos acepipes adocicados, com influências muçulmanas, ricos em especiarias, que chegaram a Pelotas.
Já o historiador Mario Osório Magalhães trata o doce como fator sociocultural integrante da cidade e esclarece que é impossível precisar a data, nomear o responsável pela introdução da doçaria em Pelotas, muito menos afirmar em que classe social o alimento se estabeleceu primeiramente como patrimônio imaterial. Ele aborda também a importância das charqueadas na economia no Rio Grande do Sul e como Pelotas se tornou a “capital nacional do doce”.
Ao fim das considerações históricas, eis as receitas, e elas são irresistíveis. São 33 iguarias açucaradas, muitas delas traduzidas também em belas imagens, com apurada produção visual, que remetem às mesas de tradicionais fazendas, com os doces dispostos em louças trabalhadas, prataria e belos cristais. A gostosura das sobremesas salta aos olhos e nos faz salivar: pastéis de Santa Clara, ovos moles, camafeus, panelinhas de coco, trouxinhas de nozes, fatias de Braga, pessegada, figadada... Um delicioso patrimônio impregnado de história e açúcar que agora encanta o Brasil neste livro.
por Vanessa Lins
Muitos não sabem mas Pelotas guarda uma doce surpresa, que habita as cozinhas e confeitarias da cidade. Uma rebuscada e tradicional doçaria de raiz lusa, que tem como ingredientes de base açúcar e ovos, muitos ovos, por sinal. O livro "A Doçaria Tradicional de Pelotas", do SENAC, traz uma amostra do que de melhor é feito entre os doces pelotenses. Um verdadeiro atentado à balança e um deleite para os olhos e para o paladar de quem não está nem aí para os possíveis quilos a mais.
Com textos de Mário Rodrigues Correia (prefácio) e ensaios de Raul Lody e Mario Osório Magalhães, cada um aborda diferentes aspectos da rica e saborosa doçaria luso-pelotense. O antropólogo carioca Raul Lody, por exemplo, trata da origem dos doces em Portugal e de como essa terra influenciou a culinária da cidade localizada ao extremo sul do Brasil.
Ele começa com um breve relato da descoberta da cana sacarina trazida da Ásia e de como esse produto se tornou importante para o desenvolvimento econômico das terras de Dom Pedro. Foi lá, segundo ele, nos mosteiros e conventos portugueses, onde se deu o desenvolvimento dos acepipes adocicados, com influências muçulmanas, ricos em especiarias, que chegaram a Pelotas.
Já o historiador Mario Osório Magalhães trata o doce como fator sociocultural integrante da cidade e esclarece que é impossível precisar a data, nomear o responsável pela introdução da doçaria em Pelotas, muito menos afirmar em que classe social o alimento se estabeleceu primeiramente como patrimônio imaterial. Ele aborda também a importância das charqueadas na economia no Rio Grande do Sul e como Pelotas se tornou a “capital nacional do doce”.
Ao fim das considerações históricas, eis as receitas, e elas são irresistíveis. São 33 iguarias açucaradas, muitas delas traduzidas também em belas imagens, com apurada produção visual, que remetem às mesas de tradicionais fazendas, com os doces dispostos em louças trabalhadas, prataria e belos cristais. A gostosura das sobremesas salta aos olhos e nos faz salivar: pastéis de Santa Clara, ovos moles, camafeus, panelinhas de coco, trouxinhas de nozes, fatias de Braga, pessegada, figadada... Um delicioso patrimônio impregnado de história e açúcar que agora encanta o Brasil neste livro.
2 colherada(s) em «Leituras gastronômicas #1»
êba!!! minha cidadezinha querida neste blog igualmente!!!
este livro é uma doçura. tem as receitas, hummmmm... tu tens??
tive aulas no pós com o mário osório. ele sabe muito sobre a fase rica da nossa cidade. e conta um pedaço nos domingos, no jornal diário popular, para quem se interessar...
beijos millllll!!
[nossa, quantas atualizações neste blog, hein!! vou ler tudo direitinho!!!]
cíntia em 27/8/05 19:46 h | ¶
Cíntia,
Não tenho o livro, infelizmente, mas conheço a fama da cidade.
A Fenadoce deve ser tudo de bom, não é?
Baci.
Anônimo em 28/9/05 11:33 h | ¶
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