<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5568562\x26blogName\x3d%7B+Frugal,+mas+nem+tanto!+%7D\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://frugal.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://frugal.blogspot.com/\x26vt\x3d6135563034638519037', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

30.9.05

Biscoito da sorte

Alegria compartilhada
Alegria redobrada

Merluzas

A merluza tem poucas espécies, mas é um grupo de expressiva importância econômica, pois mais de seis milhões desses peixes são consumidos anualmente em todo mundo. No Brasil o tipo mais comum é o Merluccius hubbsi, a merluza argentina. Características de ambos os litorais do oceano Atlântico, são encontradas também no mar Mediterrâneo e no oceano Pacífico (nas costas americanas, mexicanas, chilenas e neozelandesas).

A merluza européia (Merluccius merluccius) possui a cabeça na mesma dimensão da boca, que contém dentes muito afiados. O corpo é um pouco alargado e coberto de escamas pequenas. A primeira nadadeira dorsal é mais curta que a segunda; sua barriga pode ser branca ou prateada e possui uma linha negra esfumaçada que segue por todo o dorso. Algumas espécies podem alcançar até 1,5 metro de diâmetro e pesar até 15 quilos. Vivem nas proximidades dos fundos marinhos ou sobre a plataforma continental , em profundidades que vão dos 30 a 500 metros ou mais. Durante o verão, os peixes mais jovens aparecem na costa e no inverno, descem em maiores profundidades.

Durante o dia ficam no fundo e quando é noite, sobem para alimentarem-se de plâncton, cefalópodes, crustáceos e peixes menores (até mesmo da sua espécie). Seu período reprodutivo vai do final do inverno até o metade da primavera.

É classicado como um peixe "magro". De carne branca e salgada, pode ser preparado em filé ou espetos na grelha. Seu parente mais próximo é o bacalhau.

Merluza ao Vinho Branco (Merlu au Vin Blanc)
Porções: 4

Ingredientes
- 4 filés de merluza frescos e limpos
- 2 folhas de louro
- 1 dente de alho cortado em lâminas
- sal grosso
- azeite de oliva extravirgem
- 5 colheres (sopa) de vinho branco
- salsinha picadinha

Preparo
Lave os filém em água corrente.
Numa frigideira antiaderente, coloque um pouco de água -- o suficiente para cobrir o fundo da mesma e não os filés! -- e leve ao fogo.
Acomode os filés de merluza lá dentro e tempere-os com um pouco sal, salpicando os grãos por cima dos filés.
Distribua o alho e as folhas de louro na frigideira. Tampe e deixe cozinhar por 3 minutos.
Vire os filés com cuidado com o auxílio de uma espátula. Adicione mais um pouco de sal, o vinho branco e um fio de azeite de oliva. Tampe novamente e deixe cozinhar por outros 5 minutos.
Retire do fogo. Coloque-os num prato e regue com o "molho" que sobrou, salpicando a salsinha por cima.

Dica: pode ser acompanhada com salada verde ou salada de tomates cereja.

As merluzas pertenecem à família dos Gádidos, ordem Gadiformes.
O nome científico da merluza chilena é Merluccius gayi; a do Senegal é Merluccius senegalensis; a do mar do norte é Merluccius australis ou Merluccius polylepis; a sul africana ou do Cabo é Merluccius capensis; a americana ou prateada é Merluccius bilinearis e a do Pacífico é Merluccius productus.

E estamos "merluzados"! ;-p

29.9.05

Curry

De origem indiana, o curry (Helichrysum italicum) -- conhecido como caril na língua portuguesa -- é uma especiaria composta por uma mistura de mais de 20 outras especiarias, ervas e sementes.

Os seus ingredientes variam conforme a região do país, mas, basicamente, levam os seguintes itens: cardamomo, cravo, canela em rama, cominho, semente de erva-doce, feno-grego, noz-moscada, pimentas preta (pimenta-do-reino), vermelha e dedo-de-moça, sementes de papoula, gergelim, tamarindo, coentro em grãos e cúrcuma, este último é o responsável pela sua cor amarela característica. Tudo é devidamente torrado e moído e na Índia, o costume é processá-lo diariamente e comê-lo puro.

O curry em pó que encontramos nos supermercados tem pouca semelhança com o original indiano, que é fresco e pode ser encontrado em duas versões: padrão e mais quente, chamado de Madras.

De sabor exótico (picante e adocicado), é um dos temperos mais antigos do mundo. É ideal para incrementar o sabor de carnes, aves (no frango fica uma delícia!), molhos, arroz e legumes. Misturado ao ghee -- manteiga clarificada --, vinagre e outros temperos, o curry em pó trasforma-se numa espécie de pasta, que pode ser acrescentada em muitos pratos como liga para molhos.

Devido à variedade de temperos presentes na composição do curry, o mesmo torna-se uma especiaria com significativas propriedades funcionais. As plantas, de uma maneira geral, sintetizam centenas de fitoquímicos que têm como função básica a proteção e perpetuação da espécie vegetal. Esses mesmos fitoquímicos, quando presentes na alimentação do homem, atuam de forma quimiopreventiva, com efeitos antioxidante, antibacteriano, anti-viral; regulam também a desintoxificação enzimática, estimulando o sistema imunitário e reduzindo processos inflamatórios.

Talhatele ao Curry (Tagliatelle al Curry)
Porções: 4

Ingredientes
- 400 g de talhatele (massa com ovos)
- 2 cebolas cortadas em fatias finíssimas
- 70 g de manteiga
- ½ cálice de vinho Marsala
- 250 ml de caldo de legumes
- 1 colher (café) de curry
- sal a gosto

Preparo
Numa frigideira derreta 50 g de manteiga e refogue a cebola até ficar murcha. Adicione o vinho e mexa. Depois de 1 minuto, adicione o caldo de legumes e misture bem. Deixe cozinhar por cerca de 10 minutos.
Enquanto isso, numa outra panela cozinhe o talhatele em muita água fervente salgada.
Escorra o macarrão antes de estar completamente cozido (antes do ponto al dente).
Adicione-o na frigideira e deixe terminar o cozinmento no "molho".
Quando estiver al dente, junte o restante da manteiga, o curry, misturando bem. Sirva quente.

O curry também pode ser encontrado sob a forma de planta (Murraya koenigii (L.) Sprengel). Originária do sul da Ásia, é uma erva aromática, de pequeno porte, folhas verdes brilhantes e fragrância pungente. É pouco comum no Brasil, mas aos poucos tem sido adotada na culinária ocidental por adicionar um gostinho especial sem ser muito quente. Na Índia, é encontrada em mercados, fresca ou desidratada, sendo a última opção é menos "quente".

Só para lembrar!

Caros(as) amigos(as),

Para quem fez perguntas nos comentários sobre ingredientes e/ou deixou mensagens apenas, informo que as mesmas já foram respondidas; basta selecionar os arquivos mensais para lerem as respostas na própria caixinha de comentários.

Aproveito também para comunicar o endereço de correio eletrônico deste blogue alí ao lado, perto do relógio de cozinha. A partir de agora temos um canal de comunicação extra.

Sugestões são sempre bem-vindas!

|=:-Dx

28.9.05

Quibe

O requinte da cozinha sírio-libanesa só é comparável à sua generosidade.

Quem já participou de alguma comemoração árabe não vai esquecer tão cedo a sua fartura e a generosidade dos anfitriões que fazem questão de explicar os pratos e oferecê-los com insistência. Uma cozinha que presta atenção aos detalhes, onde todas as etapas da preparação de um prato devem ser obedecidas e os ingredientes preparados com cuidado. O ritual de limpar a carne para um quibe, por exemplo, chega a ser uma arte, pois todo resquício de gordura e de nervo é cuidadosamente retirado.

Ah, o quibe!
Entre as jóias desta cozinha, nenhuma brilha mais do que ele.

Obrigatório em lanchonetes e botequins, o quibe frito (aquele bolinho de carne no formato de torpedo e gordinho no centro) é o mais popular e tornou-se um salgado nacional. Nos países árabes, há muitas maneiras de elaborá-lo e algumas dessas preparações têm requintes que elevam o prato à condição de iguaria. Os temperos usados e suas proporções variam de região para região, conferindo características especiais.

Na transposição desta iguaria para o Brasil, a mais significativa adaptação adotada no quibe foi o uso de carne bovina. Até hoje no Líbano e na Síria, a carne de cordeiro é a mais usada. Apesar de ter sido introduzido no país por libaneses e sírios, o quibe faz parte do cotidiano de todo o Oriente Médio. Como indica Alan Davidson em seu "The Oxford Companion to Food", "o quibe é o prato mais típico do mundo árabe". Apesar de tão apreciado naquela região do planeta, o historiador diz que não encontrou vestígios de sua preparação durante a Idade Média. Uma das hipóteses é que se trate de uma receita recente.

No livro "Líbano, Impressões e Culinária", a autora Leyla Mohamed Youssef Kuczynski -- uma das referências da cozinha árabe no Brasil junto com Adélia Salem Gabriel -- nos conta que originalmente o quibe era feito num pilão de pedra, onde em primeiro lugar socava-se a carne, depois acrescentava-se o trigo e, só então, as especiarias.

Como já dito, existem mil e uma maneiras de preparar o quibe. Dentre as versões mais conhecidas estão o quibe cru (quibbe naye), o quibe assado e o quibe frito (quibbe mihlye). Existem ainda o quibe de peixe (quibbe sâmak) e o quibe na coalhada (quibbe labanye, bolinho muito apreciado nas áreas montanhosas).

Quibe Frito

Ingredientes
- 1 kg de trigo
- 750 g de carne moída -- patinho (12) ou acém (2) -- passada duas vezes pela máquina
- 5 colheres (sopa) de cebola ralada no ralo grosso
- 9 colheres (sopa) de cheiro verde picado
- 9 colheres (sopa) de hortelã picada
- 2 colheres (sobremesa) de pimenta-do-reino ralada na hora
- 2 colheres (chá) de cuminho em pó
- 1 colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
- 1 colher (chá) de canela em pó
- 1 colher (chá) bem rasa de cravo da índia em pó
- 4 colheres (sobremesa) de sal

Recheio
- 250 g de carne moída
- 2 colheres (sopa) de cebola ralada
- azeite de oliva extravirgem
- 3 colheres (sopa) de salsinha bem picadinha
- 3 colheres (sopa) de hortelã picada
- ½ colher (sobremesa) de pimenta-do-reino moída na hora
- ½ colher (chá) de cuminho
- ¼ colher (chá) de canela em pó
- ¼ colher (chá) de cravo-da-índia em pó
- ¼ colher (chá) de noz-moscada ralada na hora
- lascas de castanha do pará ou snoubar (pinhão turco)
- sal a gosto

Preparo
Massa: numa bacia grande, deixe o trigo de molho em água de um dia para o outro. No dia seguinte, esprema bem forte o trigo com as mãos para que saia o máximo de líquido possível (a água retirada não é aproveitada). Junte todos os ingrediente e amasse bem até que os temperos estejam bem amalgamados.
Recheio: separe as lascas de castanha. Misture todos os outros ingredientes, colocando-os numa panela com pouco óleo (o suficiente para evitar que os ingredientes queimem) e leve ao fogo para refogar até que a carne esteja cozida.
Montagem: com a massa do quibe, pegue uma quantidade de massa que seja suficiente para encher a palma da mão. Com as mãos umedecidas em água gelada, faça o modelo com dedo indicador. Vá rodando na palma da mão, deixando oco para poder rechear. Coloque 1 colher (chá) do recheio e uma lasca da castanha reservada. Com as mãos em forma de concha, feche-os.
Frite em bastante óleo, mas não muito quente.

Dica: na hora de fechá-los, tome cuidado para não apertar demais a parte mais gordinha do quibe, para que o recheio não se misture com a massa.

Desculpem se eu interrompi a explicação dos cortes do boi, mas eu precisava MUITO falar disso, pois estou com uma vontade enorme de comer quibe. E já não é de hoje!

Pena que aqui na Itália não tem Almanara! |=:-(x

27.9.05

Tempura

O tempura foi levado ao Japão pelos portugueses, incorporando assim, esse excelente prato na cozinha japonesa. É um alimento muito popular e exótico, sendo um dos mais consumidos fora do Japão.

O tempura pode ser feito com vários tipos de peixes, moluscos e vegetais (nossa receita de hoje) que são envolvidos por uma fina camada de massa e fritos. Trata-se de um prato muito popular que pode ser degustado em casa ou em restaurantes, especializados ou não.

A massa, chamada de koromô, é feita de farinha, gema de ovo e água. Os ingredientes são mergulhados nessa massa e depois são fritos em muito óleo vegetal quente.

Pronto!
Agora é só molhar no tentsuyu (molho feito com água, hondashi, shoyu, mirin -- vinho doce feito do arroz -- e açúcar, no qual se mergulha o tempura) e deliciar-se.

Tempura Light
Porções: 6-7

Ingredientes
- 3 cenouras médias raladas no ralo grosso
- 1 cebola grande picadinha
- ½ xícara (chá) de salsinha picada
- 1 ovo grande
- 3 colheres (sopa) de leite desnatado
- farinha de trigo suficiente para dar liga
- óleo de girassol para fritar

Preparo
Lave e rale as cenouras.
Junte todos os ingredientes, mexa e misture muito bem.
Frite no tamanho aproximado da palma da mão.

Dica: sirva com shoyu à parte (cada colher de sopa contém cerca de 10 calorias).

Essa receita pode ser servida como acompanhamento ou aperitivo.

26.9.05

Aceite!



Bala de Coco Vidrada

Ingredientes
- 1 lata de leite condensado
- 6 gemas peneiradas
- 100 g de coco fresco ralado
- 1 colher (sopa) de manteiga sem sal
- 2 cravos-da-índia

Vidrado
- 2 xícaras (chá) de água
- 3 xícaras (chá) de açúcar
- 2 colheres (sopa) de vinagre

Preparo
Bala: numa panela, leve ao fogo o leite condensado, as gemas, o coco, a manteiga e os cravos, mexendo sempre até desgrudar do fundo da panela. Despeje tudo num refratário untado com manteiga. Modele as bolinhas só no dia seguinte, após a massa ficar um pouco consistente.
Vidrado: misture muito bem os ingredientes numa panela pequena e leve ao para ferver por aproximadamente 10 minutos ou até atingir a cor de guaraná. Depois de ligar o fogo, não mexa mais. Para saber se atingiu o ponto certo de vidrado, pingue a calda numa xícara com água fria: se estalar e fizer barulhinhos, está no ponto.
Montagem: acomode as bolinhas modeladas numa assadeira untada com manteiga, espete um palito em cada bolinha e leve ao freezer para endurecer. Com a calda pronta, já no ponto certo de vidrado, apague o fogo e passe rapidamente as bolinhas congeladas com a ajuda de um palito, já espetado em cada uma. Depois disso, coloque numa superfície untada com um pouco de manteiga. Depois de frias, embale as balas com papel celofane.

Para festejar o dia de hoje (pelo menos no calendário litúrgico italiano diz que é hoje e não amanhã).

Leituras gastronômicas #5

"Afrodite" desvenda a arte dos afrodisíacos
por Renata do Amaral

Os versos de abertura de "Afrodite - Contos, receitas e outros afrodisíacos" caem como uma luva no livro que une os prazeres da gula e da carne. Isabel Allende mergulhou em um trabalho de pesquisa sobre alimentos afrodisíacos sem deixar de lado sua escrita fluida e (por quê não?) deliciosa. O livro é delicado desde a cuidadosa edição em capa dura, ilustrada por obras de arte de vários estilos, até a seleção de receitas do capítulo final, destinado a um banquete dos deuses seguido de uma orgia idem.

Quem está em busca de ingredientes para estimular o amor carnal vai se surpreender com a quantidade de opções que o livro oferece. Quase todos os alimentos constam das intermináveis listas de Allende, mesmo porque são (ou já foram) considerados estimulantes do apetite sexual em algum lugar do globo, em determinada época. O trabalho de pesquisa da autora é louvável, mas pode confundir a cabeça dos que desejam algo mais com a obra que uma boa leitura.

"Os afrodisíacos são a ponte entre a gula e a luxúria", observa a autora, taxativa. Para melhorar a performance masculina e aumentar o desejo masculino, há quem recomende de ingestão de pó de baratas a massagens sensuais com mousse de chocolate. Às dicas (algumas divertidas, outras fáceis de fazer, umas impraticáveis), Allende une histórias de princesas, fadas e reis. O resultado é uma obra irresistível e leve.

Permeiam o livro descrições de crenças divertidas sobre comidas, observações sobre sabores e aromas, belos versos e verdadeiros dicionários de afrodisíacos, incluindo ervas, bebidas, frutas, legumes, carnes e tudo mais que se puder imaginar, em relações exaustivas em seu tamanho, mas não no interesse que despertam. Todo esse aprendizado, no entanto, depende de um só ingrediente: a autora deixa bem claro, no final, que nada é tão afrodisíaco quanto o amor.

Batata

A batata (Solanum tuberosum L.), conhecida no Brasil como batata inglesa é na verdade originária da região dos Andes (América do Sul), onde vem sendo cultivada a cerca de 7000 anos. A batata só foi introduzida na Europa no século XVI, mas como planta ornamental. Seu consumo como alimento ocorreu, entretanto, apenas no século XVIII, motivado por um artifício utilizado pelo agrônomo e economista francês Antoine-Augustin Parmentier (1737-1813), grande admirador das qualidades da batata. Como o povo relutava em aceitá-la como alimento, Parmentier usou um truque: guardou a batata sob forte proteção armada. Bastou isso para que o povo se empenhasse em provar desse "fruto proibido". Daí em diante a batata se impôs por suas próprias qualidades.

É uma hortaliça do tipo tubérculo, pertencente à família Solanaceae, a mesma do tomate, berinjela, jiló e pimentão. É a terceira fonte de alimento para a humanidade sendo superada apenas pelo arroz e trigo. A batata é pobre em gordura e rica em carboidratos, sendo uma grande fonte de energia. É fonte importante de fósforo, vitaminas do complexo B (em pequenas quantidades), sais minerais e vitamina C. Podem ser preparada de três maneiras básicas: cozidas, assadas e fritas.

No caso de batatas cozidas é bom salientar que os nutrientes podem perder-se durante o cozimento. Para evitar isso, lave bem os tubérculos (mantenha a casca) em água corrente, coloque-os em uma panela com água fervente (o suficiente para cobrí-las) e sal, e deixe ao fogo somente pelo tempo necessário para que fiquem macios. A casca da batata é comestível e quando o cozimento é feito com casca, a perda de nutrientes é menor. Descasque-as ainda quentes; se estiverem frias, mergulhe-as em água para facilitar a retirada da casca.

Quando são cortadas e descascadas, as batatas devem ser cozidas em pouca água, que deve depois ser aproveitada, por exemplo, em sopas.

Por ser muito versátil, a batata pode ser utilizada numa infinidade de pratos, seja como acompanhamento de qualquer tipo de carne, ave ou peixe ou até mesmo substituindo o arroz e o macarrão. A forma de preparo mais popular, a batata frita (preparada com batata de polpa amarela), apesar de saborosa não é a mais saudável (em função da perda de nutrientes e do excesso de gordura associado a este prato). Por absorverem muita gordura durante o preparo, tornam a digestão lenta e mais difícil. Enquanto uma porção de batatas cozidas tem 75 calorias, a mesma quantidade de batatas fritas tem 274 calorias. Procure diversificar o uso da batata preparando-a também como salada, sopa, purê (batata com polpa branca), pão, bolo salgado e cozido.

Para assar batatas inteiras e com casca em forno a gás ou elétrico, faça furos na casca com um garfo, passe um pouco de manteiga ou azeite na casca e asse por cerca de 1 hora. Para reduzir o tempo necessário para assá-las, faça um pré-cozimento por 5 minutos em água fervente antes de levar ao forno.

Vale dizer também que este tubérculo possui muitas ações terapêuticas. Por exemplo, a batata crua acaba com dores de estômago e enfermidades do intestino. O suco de batatas cruas, tomado de vez em quando em jejum, combate úlceras do estômago, duodeno e intestinos. A água de batatas ajuda a dissolver e expulsar substâncias venenosas contidas no aparelho digestivo. Quando crua e ralada, combate infecções, picadas de insetos e quaisquer irritações da pele. Cozida, amassada e em aplicações quentes, ajuda a amadurecer furúnculos.

Evite consumir as batatas esverdeadas (contém solanina, que é uma substância tóxica) e as que estão em germinação, pois produzem intoxicações que se manifestam através de cólicas, gastrites e até mesmo desinterias. Se consumida em quantidade excessiva, a batata provoca obstrução do ventre e a dilatação do estômago.

A batata escurece rapidamente depois de descascada e picada. Para evitar o escurecimento, deixe-a dentro d'água até o preparo do prato.

Em temperatura ambiente, a batata se conserva por 15 a 20 dias, quando mantida em local fresco, arejado e escuro. Evite armazenar a batata na geladeira também, pois quando mantida sob temperatura muito baixa, fica com o sabor adocicado e escurece ao ser frita.

Batata Ralada ao Forno
Porções: 4

Ingredientes
- ½ kg de batatas descascadas e raladas no ralo grosso
- 1 1/3 xícara (chá) de leite
- 1 dente de alho amassado
- 1 cebola média ralada
- ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado fresco
- sal a gosto
- pimenta-do-reino a gosto

Preparo
Numa panela, misture todos os ingredientes e deixe levantar fervura mexendo sempre.
Retire do fogo e coloque a mistura numa forma refratária bem untada.
Polvilhe com o queijo parmesão e leve para assar em forno preaquecido em temperatura média-alta (220º C) por cerca de 20 minutos ou até a massa ficar dourada.
Deixe descansar por 10 minutos antes de servir.

Dica: a metade do leite pode ser substituída por creme de leite.

Rodelas cruas deste tubérculo sobre a testa eliminam dores de cabeça. É batata! :-)

25.9.05

Maçã

Provavelmente, os frutos da árvore do bem e do mal de que fala a Bíblia não eram as maçãs. Não obstante, a cor vibrante da maioria das espécies, o sabor delicadamente ácido, o perfume inebriante e a forma peculiar renderam-lhe a fama de fruto da tentação.

Uma das mais completas frutas, sob o ponto de vista nutritivo, a maçã (Malus domestica) ativa a secreção das glândulas salivares e gástricas, facilitando a digestão. Seu conteúdo em celulose estimula o funcionamento intestinal, de onde provém a ação benéfica na prisão de ventre, sobretudo quando ingerida à noite, crua e com casca. De quebra, é poderoso remédio contra insônia. Fortificante do sistema nervoso pelo conteúdo em fósforo, a maçã estimula o funcionamento do cérebro e predispõe ao sono tranqüilo.

Há mais de 7.500 espécies e variedades de maçãs. As diferentes espécies encontram-se em climas temperados e subtropicais, já que macieiras não florescem em áreas tropicais, pois necessitam de geadas.

A maior parte das vitaminas encontra-se imediatamente sob a casca, razão pela qual deve-se comer maçã crua e sem descascar sempre que possível (isto é, bem limpa e não contaminada quimicamente).

Praticamente todo mundo pode e deve comer maçãs. Diabéticos, inclusive, já que é pobre em açúcar.

Obesidade, reumatismo, gota, artrite, arteriosclerose, diabetes,sífilis, cálculos, albuminúria, dermatoses crônicas, enfermidades crônicas do sistema nervoso, especialmente debilidade nervosa, são outras tantas indicações para a cura de maçãs.

Bolo de Maçãs e Iogurte
Porções: 10

Ingredientes
- 4 ovos
- 1 ½ xícara (chá) de açúcar
- 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo
- 1 pote de iogurte natural
- 1 colher (sopa) de fermento em pó

Recheio
- 6 maçãs
- suco de 1 limão
- ½ xícara (chá) de açúcar

Zabaione de Iogurte
- 3 gemas
- ½ xícara (chá) de açúcar
- 1 pote de iogurte natural

Cobertura
- 1 xícara (chá) de geléia de damasco

Preparo
Massa: bata os ovos até espumarem e dobrarem de volume. Acrescente o açúcar aos poucos e bata mais um pouco. Junte a farinha de trigo alternando com o Iogurte. Por último, acrescente o fermento em pó. Coloque em fôrma de aro removível untada e polvilhada com farinha de trigo. Asse em forno médio (180° C), preaquecido por aproximadamente 30 minutos. Retire e reserve.
Recheio: descasque as maçãs e corte-as em fatias médias. Coloque-as em uma panela e regue com o suco de limão. Polvilhe o açúcar, tampe a panela e cozinhe até que as maçãs fiquem macias. Reserve.
Zabaione: bata na batedeira as gemas com o açúcar até obter um creme esbranquiçado. Acrescente o Iogurte. Coloque em um recipiente refratário pequeno e leve ao fogo, em banho-maria, e mexa até que o creme encorpe.
Montagem: corte uma tampa na parte superior do bolo e retire parte do miolo, sem esfarelar. Coloque as maçãs, reservando um pouco para a decoração. Regue com o zabaione de iogurte. Coloque a tampa novamente. Enfeite com o restante das maçãs e pincele o bolo todo com a geléia. Sirva frio.

Dica: sirva este bolo como sobremesa de um jantar mais sofisticado. Para facilitar, aqueça a geléia em banho-maria ou em microondas por 30 segundos na potência alta antes de pincelar o bolo. As maçãs podem ser substituídas por peras ou pêssegos.

An apple a day keeps the doctor away! |=;-p

24.9.05

Caponata

A caponata é um dos antepastos sicilianos mais conhecidos no mundo.

É um prato vegetariano preparado a base de berinjelas, tomates, vinagre, alcaparras e outros legumes, esta iguaria parece ter origem espanhola.

Segundo o historiador de culinária mediterrânea Clifford A. Wright, a caponata nasceu na Catalunha, muito embora o nome caponata possa enganar os mais afoitos em lingüística, pois leva qualquer um a pensar que seja algo relacionado com capo, nome dado aos chefões mafiosos. Claro que a popularidade deste antepasto na Sicília reforça ainda mais a tese do senso comum com a máfia.

Pino Correnti, autoridade para alimentos sicilianos, acredita que a origem seja proveniente da palavra em catalão caponada, cujo significado é "algo relacionado às videiras". A receita de um prato muito parecido com a iguaria siciliana foi relatada pela primeira vez no ano de 1709 (origem etimológica).

Para Alberto Denti di Pirajno, professor, médico e gastrônomo siciliano, caponata deriva de um tipo gazpacho, um prato muito parecido com a caponata e que era servido a bordo dos navios espanhóis. Era um prato que continha muito vinagre, devido à sua ação conservante, tornando-o um alimento conveniente em alto mar.

Juan de la Mata no seu livro "Arte de Reposteria" publicado em 1747, afirma que o gazpacho mais conhecido era chamado de capón de galera. Consistia em pão ensopado num molho feito com água, anchovas, alho, vinagre, açúcar, sal e azeite de oliva.

Outra possibilidade citada por Giuseppe Coria, autor de vários livros da cozinha siciliana, é que a receita teve origem na palavra latina caupo (taverna), onde a cauponae -- comida de boteco para viajantes -- era servida, mas se for assim, a receita de caponata nada tem a ver com essa história.

Seja como for, a caponata acabou chegando por aqui e tenho certeza que até o capo dei capi tornou-se um fã fervoroso! |=;-Dx

Caponata Siciliana (Original)
Porções: 4 a 6

Ingredientes
- 4 berinjelas médias
- 150 g de azeitonas verdes picadas
- 1 colher (sopa) de alcaparras (se forem as de Pantelleria, melhor ainda)
- 6 ramos de aipo (salsão)
- 2 cebolas grandes cortadas em fatias finas
- 5 tomates maduros sem pele
- 1 colher (sopa) de açúcar
- 1/4 copo de vinagre de vinho tinto
- ½ copo de azeite de oliva extravirgem
- sal a gosto
- peperoncino moído na hora (pimenta vermelha)
- manjericão fresco

Preparo
Corte as berinjelas em pedaços irregulares (com casca). Espalhe sal por cima e coloque-as no escorredor de macarrão, deixando-as assim por cerca de 60 minutos (este processo serve para eliminar o gosto amargo das berinjelas). Depois disso, lave-as rapidamente em água corrente abundante e enxugue-as bem com papel toalha.
Limpe e lave o salsão. Corte-o no sentido transversal e cozinhe-o em água por cerca de 10 minutos. Escorra-o e reserve.
Lave muito bem as alcaparras para retirar o excesso de sal.
Numa frigideira grande, aqueça o azeite e comece a fritar as berinjelas por cerca de 3 minutos ou até que fiquem bem douradas. Retire-as com uma escumadeira e deixe escorrer bem.
No mesmo óleo, refogue as cebolas e o salsão. Depois disso, adicione os tomates, as azeitonas e as alcaparras. Acerte o sal e tempere com peperoncino a gosto. Faça cozinhar por cerca de 5 minutos.
Adicione as berinjelas e deixe cozinhar por mais 10-15 minutos, mexendo delicadamente de 4 a 5 vezes.
Adicione o açúcar e o vinagre. Deixe cozinhar por mais 3-4 minutos. Decore com o manjericão. Sirva morna ou fria.

Dica: as receitas de caponata variam de província para província siciliana; algumas incluem ingredientes como amêndoa, pinoli, uva passa, anchova e outras verduras como abobrinha e pimentão.

Obs.: a caponata também pode ser conservada para posterior consumação. Para isso, basta adotar o mesmo procedimento já explicado anteriormente -- o dos potes herméticos e esterilizados. Lembre-se que no caso da caponata é bom cobrir o composto com 1 cm de azeite, antes de fechar a tampa para evitar oxidação e fungos. À medida em que for usando, é recomendável manter o nível do azeite. Conserve sempre na geladeira.

O prato acima, receita original da tradição culinária siciliana, pode ser servido como acompanhamento ou como único prato -- piatto unico --, principalmente no verão. Pode ser servido também como antepasto frio (como já dito anteriormente) acompanhado de fatias de pão italiano bem fresquinho. A caponata fica ótima também se usada como tempero de massas, mas nesse caso o molho deve ser mais denso.

Pode ser degustada com um bom Chianti! :-p

23.9.05

Haicai da cozinheira

Criança espiando
pelo vitrô da cozinha
um doce segredo.


Nelson Ricardo Cândido dos Santos

Sardinhas

O peixe é uma excelente fonte de proteínas completas, ferro e outros minerais, além de conter os ácidos ômega-3, fósforo, iodo, magnésio, cálcio e as vitaminas A, B, D, E e K, componentes responsáveis pela enorme lista de benefícios à saúde que o seu consumo nos traz, sendo aconselhável pelo menos três refeições de peixe por semana. Possui carne macia e facilmente digerível. Tem quase a mesma percentagem de proteínas que a carne dos mamíferos e aves e 150 gramas diários de peixe já fornecem as proteínas necessárias a um adulto de peso médio.

Para quem ainda não se convenceu, é bom dizer que o consumo regular de peixe ajuda a:
  • diminuir o desenvolvimento de doenças do coração e arteriosclerose

  • diminuir, em idosos, o risco de desenvolvimento da doença de Alzheimer e outros tipos de demência, ao reduzir a inflamação do cérebro e ajudar no desenvolvimento cerebral e na regeneração das células nervosas

  • proporcionar um melhor desempenho escolar às crianças (provavelmente por motivos semelhantes); a aliviar os sintomas de depressão como tristeza, ansiedade e problemas no sono

  • controlar a pressão arterial

  • coagulação do sangue

  • aliviar os sintomas da artrite reumatóide

  • proteger a pele contra raios UV e inflamações
Os peixes ainda podem ser classificados em:

Peixes "gordos" (a gordura é dispersa por toda a carne e na pele):
Anchova, arenque, atum, cavala, cherne, enguia, espadarte, lampreia, moreia, salmão, sarda, sardinha, sável.

Os peixes têm geralmente mais água e menos gordura do que a carne, mas o valor nutritivo das suas proteínas é idêntico. A sua gordura é na maior parte insaturada. Um caso curioso é o dos caranguejos. Estes têm uma composição semelhante à dos peixes mais gordurosos (salmão, arenque, sável, sardinha, cavala, corvina e pargo), por isso podem incluir-se no mesmo grupo dos peixes "gordos". O peixes chamados "gordos" comparam-se às carnes mais gordurosas em relação ao seu grau de digestibilidade.

Peixes "magros" (a gordura é confinada no fígado):
Bacalhau, badejo, carapau, carpa, corvina, dourada, garoupa, goraz, linguado, peixe espada, pescada, pregado, robalo, salmonete, solha, tainha, tamboril, truta.

Por exemplo, o bacalhau contém apenas 1% de gordura porque armazena a gordura no fígado (o óleo de fígado de bacalhau). A solha e o linguado também são peixes com baixo teor de gordura (1 a 2 % do seu peso). No lado oposto temos o arenque, o salmão, a sardinha, o atum e a cavala, que na altura da desova podem chegar a ter 25% de gordura.

A nossa receita de hoje é feita com um peixe "gordo".

A sardinha (Sardina pilchardus) é uma espécie de peixe de água fria que costumava ser encontrado em larga escala nas proximidades da Sardenha, no mar Mediterrâneo, por isto o nome "sardinha". No entanto também é conhecida por arenque.

A sardinha foi um dos primeiros tipos de alimento a ser enlatado no início do século XIX, quando Napoleão Bonaparte reconheceu a importância de se preservar alimentos em épocas de racionamento. Ela é geralmente enlatada em óleo ou molho de tomate e os portugueses desenvolveram este processo como uma arte, preservando sardinhas em azeite de alta qualidade, criando assim uma iguaria extremamente delicada e saborosa.

As sardinhas são ricas em diversos nutrientes, destacando-se entre eles os ácidos graxos ômega-3, encontrados em todos os tipos de peixes "gordos" como a cavala e o salmão (já citados acima), e são um dos maiores responsáveis pelo bom funcionamento do coração. Eles também mantêm o sangue "fino" e menos viscoso, diminuindo assim as chances de um ataque cardíaco ou derrame, e reduzindo também a pressão arterial. Os ácidos graxos combatem a artrite e a psoríase, e os estudiosos acreditam que o óleo dos peixes também ajude a evitar que células cancerígenas progridam para um estágio de tumor.

Ao comprar sardinhas procure sempre observar se a carne está firme e se os olhos estão claros e brilhantes. Assim que chegar em casa, enxágüe as sardinhas e cubra-as com papel absorvente umedecido. Guarde-as na parte mais fria do refrigerador.

Sardinhas Escabeche (Sarde a Scapece)

Ingredientes
- 24 sardinhas frescas e limpas (sem cabeça e vísceras)
- 12 dentes de alho
- 2 cebolas médias cortadas em fatias finas
- 2 folhas de louro
- suco de limão
- sal a gosto
- salsinha a gosto
- pimenta-do-reino a gosto
- 5 colheres (sopa) de vinagre branco
- farinha de trigo para empanar
- azeite de oliva extravirgem (fritura)

Preparo
Tempere as sardinhas com sal e pimenta-do-reino e deixe marinar por cerca de 60 minutos na geladeira.
Enfarinhe-as e comece a fritá-las em azeite quente. Escorra em papel absorvente e reserve.
Prepare o molho colocando numa frigideira um outro pouco de azeite (se aquele da fritura não basta) e junte todos os ingredientes exceto o vinagre. Deixe ferver em fogo brando até os alhos ficarem dourados.
Retire do fogo, junte o vinagre e leve novamente ao fogo até ferver.
Disponha as sardinhas num recipiente fundo, regue-as com o molho e deixe-as assim até ao dia seguinte.

Ficam deliciosas! :-p
Aqui vai um truquezinho para acabar com o cheiro a sardinhas das mãos: basta esfregar um pouco de vinho tinto nas mãos e em seguida lavá-las com água morna e sabão.

22.9.05

Massa negra

Você já viu esse tipo de massa?

A massa negra é tradicionalmente consumida na região italiana do Vêneto. É normalmente acompanhada por molhos à base de frutos do mar, pois a combinação é perfeita no aspecto de sabor e aroma.

A intrigante cor escura é resultado da adição de "tinta de lula" (nero di seppia) aos ingredientes da massa. Essa tinta é um instrumento de defesa que o animal possui e é liberado sempre que se sente ameaçado por outros animais da fauna marinha.

No aspecto visual, a massa negra soma muitos pontos a favor. Por exemplo, o contraste com as tonalidades claras e quase brancas dos frutos do mar como peixes, camarões, lagostas, etc., que se destacam na coloração escura, quase negra, da massa.

Ficou interessado(a)?
Quer fazê-la em casa? Eis a receita:

Massa com Tinta de Lula (Pasta al Nero di Seppia)

Ingredientes
- 2 xícaras (chá) bem cheias de semolina ou farinha de grano duro
- 3 ovos em temperatura ambiente
- 1 saquinho de tinta de lula

Preparo
Coloque todos os ingredientes num processador e bata até obter uma bolota de massa. Usando as mãos, amasse até ficar homogênea e lisa.
Abra a massa com um rolo ou passe por uma máquina manual, deixado-a na espessura desejada.
Prepare o macarrão de sua preferência (espaguete, talharim, etc.). Pendure para secar.

Obs.: depois de seca, coloque a massa dentro um saco de papel e guarde-a em lugar seco. Não coloque a massa em saco plástico e nem tampouco congele-a.

Se você já tem a massa pronta e quer fazer um prato bem fácil e gostoso, tente essa receita:

Espaguete Negro com Camarão
Porções: 4

Ingredientes
- 400 g de espaguete ao nero di seppia
- 4 camarões rosa (médio)
- 4 tomate sem pele picados
- 1 cebola média picada
- 1 dente de alho in camicia (com a casca)
- 2 colher (sopa) de azeite de oliva extravirgem
- 1 colher (chá) manteiga
- salsinha picada a gosto

Preparo
Cozinhe o macarrão por aproximadamente 5 minutos em abundante água fervente salgada e com um fio de olho.
Enquanto isso, coloque a manteiga e o azeite numa frigideira e refogue os camarões com o alho (com casca) e a cebola. Gire os camarões de vez em quando. Quando estiverem cozidos e bem vermelhos, retire-os da frigideira e reserve.
Acrescente o tomate, corrija o sal e deixe apurar por uns 5 minutos. Coloque a salsinha e mexa.
Escorra o macarrão e monte os pratos fazendo um ninho com o espaguete. Coloque um pouco de molho por cima e um camarão. Sirva imediatamente.

Depois me contem se vocês gostaram!

21.9.05

Contrafilé


Também conhecido como lombo, lombo desossado, filé curto, filé de lombo e filé. É chamado de contrafilé, pois na carcaça do bovino este corte situa-se "contra" o filé mignon, ou seja, estão apenas separados pelas vértebras lombares. Pode ainda ser chamado de bife angosto ou bife de chorizo (espanhol), faux-filet (francês), lombata (italiano) ou striploin (inglês).

É uma carne macia, de sabor acentuado e que por sua camada de gordura na lateral mantém a umidade da carne. Ideal para bifes de chapa, estrogonofe, grelhados, rosbife, medalhões, churrasco, grelha e assados. Deve ser servido mal passado ou ao ponto, e assado em alta temperatura para que não enrijeça. Quando comprar contrafilé, evite os primeiros 6 a 7 centímetros do corte, perto da alcatra, pois neste pedaço há um nervo que atravessa a carne quase paralelamente à gordura, que somente será visível quando se estiver fatiando a carne. Prefira pedaços de contrafilé com gordura uniforme. Antes do preparo, remova o "nervo" lateral que segue longitudinalmente na carne, se acaso ainda não tiver sido retirado.

+ Fonte: SIC - Serviço de Informação da Carne

Contrafilé na Mostarda
Porções: 4

Ingredientes
- 4 bifes de contrafilé
- 2 dentes de alho amassados
- sal e pimenta-do-reino a gosto
- 1 ovo batido
- farinha de rosca
- óleo para fritar

Molho
- 2 colheres (sopa) de manteiga
- ½ cebola picada bem miudinho
- 3 colheres (sopa) de mostarda Dijon
- 1 xícara (chá) de creme de leite fresco

Preparo
Limpe os bifes, eliminando o excesso de gordura. Bata-os com o batedor para amaciar um pouco. Tempere-os com o alho, sal e pimenta-do-reino e deixe tomar gosto por 20-30 minutos.
Passe os bifes no ovo batido e na farinha de rosca e vá fritando-os numa frigideira com bastante óleo quente. Quando retirá-los da frigideira, coloque-os para escorrer sobre papel toalha e deixe num local aquecido (próximo do fogão ou dentro do forno quente e desligado).
Molho: aqueça a manteiga e refogue a cebola até murchar. Adicione a mostarda e o creme de leite misturando bem. Quando estiver bem quente, retire do fogo. Arrume os bifes numa travessa e regue-os com o molho de mostarda. Sirva imediatamente.

Dica: sirva com arroz branco ou integral.

Produtos com a marca Slow Food

Amei o post Nezoca. A marquinha inclusive. Será que acho uma camiseta com essa marquinha linda aqui no BR?

bjs
Mel
Respondendo:
Alê, no Brasil eu não sei onde encontrar camisetas com a chiocciola (caracol), símbolo do movimento.

Visitando o site da associação hoje, vi que a nova loja virtual já está disponível. São camisetas, aventais, livros, revistas e tantas outras coisas bacanas que podem ser compradas com cartão de crédito.

Confira!


Ainda falando em Slow Food, ouça a entrevista feita pela rádio CBN em 07/08/2005 com Homero Vianna, coordenador do movimento Slow Food/MG.

20.9.05

Pratos light

Os alimentos light (reduzido, em português) são os que possuem uma redução de 25% (no mínimo) de suas calorias, dos açúcares, das gorduras totais ou saturadas, do colesterol ou do sódio (no caso do sal de cozinha). São indicados nas dietas de emagrecimento, pois possuem redução calórica, mas mesmo assim, há alguns que não compensam para a dieta (por exemplo, maionese).

Muita gente que faz dieta para emagrecer acha que o rótulo diet garante um alimento de baixa caloria.

Não é verdade.
Produtos diet são aqueles que têm algum componente -- não necessariamente o mais calórico -- reduzido ao máximo, quase perto de 100%. Eles são ideais para pessoas com alguma restrição alimentar, como por exemplo diabéticos (que precisam de produtos sem açúcar), hipertensos (não podem comer alimentos com sal em demasia) ou pessoas alérgicas a algum componente alimentar. Assim, um produto para diabéticos pode ter todo seu açúcar retirado, mas acrescentar gordura no lugar. Isso pode tornar o alimento menos, tão calórico quanto ou até mais calórico do que o mesmo produto na versão normal. Por isso, não basta ser diet para dietas de emagrecimento. É preciso ler a composição do alimento atentamente no rótulo e verificar qual o componente retirado para se certificar de que houve uma diminuição razoável no número de calorias.

Berinjelas de Forno Light

Ingredientes
- 2 berinjelas grandes com casca
- 2 abobrinhas médias com casca
- 2 tomates médios maduros com casca e sem sementes
- 2 cebolas pequenas sem casca
- 30 g de azeitonas pretas
- alho picado a gosto
- sal e orégano a gosto
- 2 colheres (sopa) de azeite de oliva extravirgem para regar

Preparo
Pique as berinjelas, abobrinhas, tomates e cebolas em cubos médios.
Misture bem numa forma alta, coloque o alho, sal e orégano a gosto.
Regue com pouco azeite e leve ao forno alto, cobrindo com papel alumínio, durante 1 hora.
Passado esse tempo, retire o papel alumínio, mexa tudo, corrija o sal e leve ao forno sem o papel por mais 30 minutos para dourar.

A receita acima contém apenas 25 kcal/porção.

19.9.05

Leituras gastronômicas #4

Temperos e ingredientes em verbete
por Vanessa Lins

O que feijão, matambre e hake têm em comum? Todos são termos explicados pelo "Pequeno Dicionário de Gastronomia", de Maria Lucia Gomensoro. São mais de quatrocentas páginas repletas de verbetes sobre pratos, ingredientes, temperos e bebidas, sem distinção de nacionalidade. A nouvelle cuisine francesa merece tanta atenção quanto o beiju de mandioca típico nas regiões norte e nordeste do Brasil.

Os verbetes chamam a atenção por não se deterem apenas à etimologia das palavras e expressões. A autora proporciona ao leitor uma viagem pelo tempo e pela história de cada país, fazendo um breve relato de como uma bebida ou prato interveio no desenvolvimento de cada um deles.

Por todo o livro fica clara a relação entre gastronomia e sociedade. Uma interfere na outra e ambas interagem entre si. Curiosidades como o surgimento dos enlatados e a influência que Leonardo da Vinci exerceu sobre a etiqueta à mesa, abrem o apetite para o turbilhão de deliciosas informações presentes nos verbetes. Personalidades como Napoleão Bonaparte e Louis de Béchamel aparecem ao lado de árabes desconhecidos e de famosos cafés.

O dicionário é uma ótima fonte de consulta não só para iniciantes nas artes culinárias, como também para cozinheiros experientes. É um livro de cabeceira para os amantes da gastronomia, que põem em prática o conhecimento teórico ou simplesmente saciam o apetite voraz do conhecimento com uma boa leitura. Cada verbete do Pequeno Dicionário é um pedaço da história do homem, o que o torna mais do que um simples guia culinário.

"Por si só, beber vinho é um prazer. Tanto maior e apurado esse prazer quanto melhor se conheçam, entendam e amem as suas características. Antes, porém, cumpre realizar um primeiro e essencial gesto: desmistificar e arrombar, sem timidez, a clausura que algumas pessoas fazem do mundo do vinho. Uns mais outros menos, todos experimentamos vinho desde cedo. É a partir daí que se pode e deve aprimorar o hábito do vinho, na busca dos atributos que, ao longo de seu consumo, vida afora, vão configurar, na prática, o verdadeiro conhecimento dele."

Cebolas

A cebola é a base de todos os temperos. Combina e oferece um sabor especial a quase todos os tipos de pratos.

E não é só gosto. Sua gama de benefícios é enorme. Vejam só:
É auxiliar do organismo na defesa contra infecções, eliminando ao mesmo tempo eventuais substâncias tóxicas através dos rins, resultado da ação dos seus sais minerais, principalmente o fósforo, o ferro e o cálcio, e as vitaminas do complexo B e vitamina C.

É altamente indicada para abrir o apetite, regulariza enfermidades do estômago. É ótima também contra prisão-de-ventre, inchaços de qualquer natureza, problemas de pele, garganta, ossos (reumatismo), intestino e, é ainda, diurética.

O caldo de cebolas fervido e adoçado com mel é eficaz contra resfriados, gripes, tosse, bronquite e asma. Ela também depura o sangue e o fígado de substâncias tóxicas e aumenta a diurese.

Rica em elementos protetores contra infecção, é a pior inimiga dos vermes intestinais, eliminando, ao mesmo tempo, eventuais substâncias tóxicas através dos rins. Essas propriedades, entretanto, se perdem quando a cebola é cozida. Aplicado topicamente, o suco de cebola é muito bom para as picadas de aranhas, abelhas e vespas, enfim, de insetos em geral. A cebola também é um excelente preventivo do enfarte. Frita ou assada, ajuda a dissolver coágulos sanguíneos. Para quem sofre de acidez estomacal ou formação de gases a cebola crua não é recomendada. Atua também contra cálculos biliares, remove as obstruções das vísceras e limpa as vias respiratórias. Crua, colocada sob o nariz, ajuda a estancar hemorragias nasais, graças à sua ação anti-hemorrágica.

Chega de choro!
Para evitar irritação nos olhos quando se corta uma cebola, basta colocar na ponta da faca um pedaço de pão, pois este absorve boa parte do cheiro e dos gases soltos. Uma outra alternativa é colocar a cebola na geladeira por uns 10 minutos, ou ainda, deixá-la imersa em água fervente por alguns minutos.

Os únicos cuidados a serem observados durante a compra de cebolas são: verificar a consistência, a uniformidade e o brilho da casca.

Pãezinhos de Cebola

Ingredientes
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo peneirada
- 1 colher (sopa) de margarina
- 1 ½ colher (chá) de fermento em pó
- ½ xícara (chá) de cebola ralada
- ½ colher (chá) de sal
- 1/3 de xícara (chá) de leite
- 1 ovo
- ¼ de xícara (chá) de margarina

Preparo
Cozinhe a cebola com 1 colher (sopa) de margarina durante aproximadamente 2 minutos ou até ficar macia, mas não dourada. Retire do fogo e reserve.
Peneire junto a farinha de trigo, o fermento e o sal. Coloque-os numa bacia e vá acrescentando a margarina aos poucos, misturando até obter uma consistência granulada (o que leva mais ou menos 3 minutos).
Adicione a cebola, o ovo e o leite e mexa bem durante 5 minutos.
Coloque essa massa sobre uma mesa polvilhada com farinha de trigo e amasse levemente durante 1 minuto. Abra-a com um rolo, na espessura de 1 cm, e corte com um copo.
Coloque em assadeira untada. Asse em forno moderado, previamente aquecido, durante 12 a 15 minutos.

Viu só para quantas coisas a cebola faz bem?
Não é desculpa não comê-la só porque deixa o hálito forte... ;-)

18.9.05

Dois em um


Será que este produto funciona?
Eu tenho lá minhas dúvidas. E você(s)?

(achado via Gustoblog, Ohgizmo!)

Doces histórias

Desde que o açúcar circula pelo mundo, seja mascavo, refinado ou na forma de mel ou fruta, ele é sinônimo de energia e de cultura. Até o final da Idade Média, o açúcar era uma mercadoria rara. Os médicos o indicavam para curar resfriados e dores de estômago. Era também usado como tempero de comida, como a canela ou a pimenta-do-reino. Com o cultivo da cana-de-açúcar na América, no século XVI, o açúcar passou a ser apreciado em forma de sobremesa.

Mas, será que existe uma história por trás de cada guloseima? Ou os nomes servem para despertar a fantasia das pessoas e para dar o jeitão do doce, como o áspero e popular pé-de-moleque?

História verdadeira ou lenda, muitos doces têm seus nomes inspirados em amores, como os doces portugueses suspiro, raiva, esquecido, beijo, sonho, ciúme, espera-marido ou bem-casado. Há também os doces que surgiram nos conventos de Portugal, fáceis de notar pelos seus nomes, como barriga-de-freira, toucinho-do-céu ou papo-de-anjo.

Alguns doces surgiram de lugares distantes e ficaram conhecidos no mundo todo. Por exemplo, o alfajor (lê-se "alfarrór") -- cuja receita eu estou disponibilizando abaixo -- veio do norte da África e o seu nome vem do árabe al-hasú, que significa "recheio". É um bolinho, feito à base de amêndoas, que passou pela Espanha e tornou-se mais popular na Argentina.

Alfajor

Ingredientes
- 200 g de manteiga sem sal
- 1 xícara (chá) de açúcar
- 1 ovo
- 2 gemas
- 4 colheres (sopa) de mel
- 5 xícaras (chá) de farinha de trigo
- ½ colher (sopa) de bicarbonato
- 2 colheres (sopa) de fermento em pó
- gotas de baunilha
- 1 lata de doce de leite (recheio)

Cobertura
- 1 kg de chocolate ao leite

Preparo
Numa vasilha, coloque o açúcar, a manteiga, as gemas e o ovo. Misture e junte o mel. Acrescente a farinha de trigo (reserve um pouco). Mexa bem e adicione o bicarbonato, o fermento e as gotas de baunilha.
A seguir, sove sobre uma superfície enfarinhada. Abra porções da massa e modele com um cortador redondo. Coloque em uma assadeira retângular untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo.
Leve ao forno pré-aquecido (180° C) por 25 minutos. Retire do forno e recheie com o doce de leite. Banhe no chocolate derretido em banho-maria.

Dica: se você preferir, pode ser feito sem o doce de leite no meio, fica uma delícia também.

Coma com moderação! ;-)

17.9.05

Carpaccio

O tão famoso carpaccio, lâminas de carne crua temperada, foi inventado em Veneza, mais precisamente no Harry's Bar do Hotel Cipriani.

Dizem os venezianos que, no outono dos ano 1950, a estonteante condessa Amalia Nani Mocenigo entrou no Harry's Bar com lágrimas nos olhos. Ela contou a Giuseppe Cipriani -- proprietário do lendário ponto de encontro da aristocracia e artistas -- que seu médico acabara de lhe receitar uma dieta rigorosa que lhe proibia toda e qualquer carne cozida. A beldade pediu choramingando que Cipriani preparasse algo que a livrasse de seu sofrimento sem burlar a dieta. O italiano foi para a cozinha e, minutos mais tarde, levou ao salão um prato com um leque de fatias finíssimas de carne crua e, por cima, um molho de maionese e mostarda. Disse naquela ocasião que, para realizar este prato, ele havia se inspirado nas flâmulas vermelhas e brancas que estavam por toda a cidade anunciando uma exposição do pintor Carpaccio.

A receita original foi sendo transformada e hoje se acrescentam alcaparras, mostarda e outros temperos. O nome foi uma homenagem ao pintor renascentista italiano Vittore Carpaccio (1450 - 1525) cuja obra de temas religiosos coloria suas telas com vermelhos e amarelos suaves (cores do carpaccio). Entre as telas mais famosas está a Lenda de Santa Úrsula.

Para conseguir um corte bem fino é necessário que a carne esteja congelada.

Carpaccio de Salmão e Funghi (alla Boscaiola)
Porções: 4

Ingredientes
- 12 fatias finas de salmão defumado
- 300 g de funghi porcini frescos
- suco de limão
- ½ xícara (chá) de azeite de oliva extravirgem
- sal
- pimenta-do-reino a gosto

Preparo
Lave e corte os funghi em fatias finas (somente a parte de cima).
Num prato, faça uma camada de funghi porcini e sobre ela distribua as fatias de salmão defumado.
Num recipiente, misture o azeite com um pouco de sal e uma pitada pimenta-do-reino, e com o suco de meio limão até formar uma emulsão de textura fina e homogênea, distribuindo-a uniformemente sobre as fatias de salmão e funghi.
Deixe marinar o tempo necessário e depois tempere com um outro pouco de pimenta.

Existe uma infinidade de maneiras de como preparar um carpaccio. A criatividade está nos ingredientes: carne crua, carne de sol, haddock, bacalhau, lula, polvo, palmito e frutas como caqui, manga, kiwi e abacaxi.

Invente a sua!

16.9.05

Palavras que alimentam a mente

A maior vantagem da comida macrobiótica é que, por mais que você coma, por mais que encha o estômago, está sempre perfeitamente subalimentado.

Millôr Fernandes

Sépia

As sépias (Sepia officinalis) -- do grego sepia, através do latim sepia; em italiano seppia -- são como as lulas: moluscos cefalópodes, decápodes, gênero Sepia, da família dos sepiídeos (Sepiidae). São também conhecidas como sibas.

Possuem corpo oval, oito tentáculos curtos, braços tentaculares retráteis guardados no interior de câmaras especiais, uma concha interna bastante calcificada -- o "osso de sépia" -- e uma glândula de tinta bastante desenvolvida que serve como "cortina de fumaça" em caso de fuga. Com tamanho de até 25 cm, as sépias estão presentes em todos os oceanos, vivendo em fundos perto de rios, até 100 m de profundidade e são ativos predadores de peixes e crustáceos. Possuem ótima capacidade de mimetismo, pois conseguem mudar de cor em pouquíssimo tempo.

As sepíolas -- do latim sepiola -- são moluscos comestíveis da família dos sepiolídeos (gênero Sepiola). Têm corpo curto e arredondado, com duas aletas (nadadeiras) laterais em forma de asas de borboleta. Vivem em fundos arenosos. As espécies mais comuns são Sepiola rondeletti e Sepiola atlantica, medem cerca de 4 a 5 cm e têm braços retráteis.

Ambos moluscos são ricos em proteínas e possuem poucas calorias, mas podem resultar numa difícil mastigação e digestão, pois possuem carne fibrosa.

Porpetinhas de Sepíola (Polpettine di Seppiolina)

Ingredientes
- 12 sepíolas frescas (seppioline)
- miolo de 1 pão
- leite
- 1 ovo inteiro
- farinha de rosca fina
- sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo
Limpar as sepíolas eliminando os tentáculos e lave-as em água corrente. Reserve-as.
Pique os tentáculos em pequenos pedaços e adicione-os ao miolo de pão já molhado com o leite, o ovo, sal e pimenta-do-reino. Misture bem.
Rechear as sepíolas com esta mistura, passar no ovo e na farinha de rosca e fritá-las em óleo abundante.

15.9.05

Fique por dentro das massas

Quase todo mundo sabe que o macarrão é elaborado basicamente com farinha de trigo e água. Em alguns casos, são adicionados outros ingredientes -- por exemplo ovos -- que diferenciam os tipos de massa.

Mas você conhece os tipos de macarrão disponíveis no comércio?

Macarrão comum: é elaborado apenas com farinha de trigo e água.
Macarrão de sêmola: é elaborado com farinha de trigo especial que torna portanto o produto mais claro.
Macarrão com ovos: elaborado com a adição de três ovos por quilo de farinha.
Macarrão caseiro: é elaborado de forma artesanal, em que a massa é laminada. Devido à porosidade, absorve melhor o molho.
Macarrão grano duro: assim chamado porque é elaborado a partir de um trigo especial chamado trigo durum. Fica naturalmente al dente, ou seja, soltinho, porém consistente.
Macarrão integral: elaborado com farinha de trigo integral e contém mais fibra em sua composição. Ideal para pessoas que necessitam de dietas especiais e acompanhamento de nutricionistas

O macarrão pode ser ainda longo (pasta lunga) ou curto (pasta corta).


As massas longas são encontradas em diferentes espessuras e incluem tipos como o espaguete, buccatini (espaguete mais grosso com furo no meio), entre tantas outras. Vermicelli (pequenas minhocas), capellini (cabelos finos) e cabelo de anjo são massas finas, secas e enroladas, como ninho de pássaro. A lasanha é uma massa larga e chata e pode ser lisa, ondulada nas pontas ou enrugada; a lasagnette é um tipo estreito de lasanha. O tagliatelle e o parpadelle são massas largas e chatas; o talharim, o linguine (pequenas línguas) e o trenette são versões mais estreitas. O fettuccine, feito de ovos, é mais estreito e espesso que o tagliatelle.

Dentre as massas curtas existe uma variedade interminável, porém as mais populares são penne, farfalle (borboletas ou gravatinhas), fusilli (parafuso) e fusilli bucatti (aspirais), conchiglie (conchinhas), orecchiette (orelhas), lumache (caracóis) e ditali (dedais), tortellini e ravioli. Pastina é um termo usado para pequenas formas de massa como farfallini, lumachine, stelline e ditalini.

Qual o molho mais adapto para a massa escolhida?
Massas longas: molhos à base de azeite (pesto) ou shoyo para manter os fios separados; molhos de tomate, queijo e carne; massas como fettuccine e tagliatelle ficam ótimas com molhos mais concentrados como o bolonhesa; molhos leves de tomate, manteiga ou cremosos para massas tipo vermicelli; já o "cabelo de anjo" fica melhor com molhos vinagrete em saladas ou, mais freqüentemente, em sopas. Para molhos à base de ovos (carbonara), escolha massas espessas e em tiras, pois esse tipo de massa ajuda a cozinhar o molho.

Massas curtas: podem ser servidos com molhos de carne e de vegetais ou então como salada (pasta fredda). Penne, fusilli, lumache e conchiglie combinam perfeitamente com molho de tomate em pedaços ou de carne, ou ainda com ragù.

Confira abaixo algumas dicas podem ser úteis no preparo do macarrão:
  • Não refresque o macarrão em água fria, somente no caso de saladas

  • Para cada pessoa, calcule de 80 a 100 g de macarrão cru. Como o seu volume triplica depois de cozido, essa quantidade passará para 240 a 300 g

  • Não quebre o espaguete para colocar na água

  • O macarrão deve ser servido, de preferência, imediatamente após o cozimento

  • Para sopas, cozinhe o macarrão até um pouco antes do ponto desejado e coloque na sopa antes de servir

Paglia e Fieno Napolitano (alla Prematura)
Porções: 4

Ingredientes
- 400 gramas de talharine paglia e fieno (branco e verde)
- 4 tomates maduros e firmes
- 4 mussarelas de búfalo picadas
- 02 colheres (chá) de alho picado
- 03 colheres (sopa) de folhas de manjericão rasgadas
- sal
- azeite de oliva extravirgem para temperar

Preparo
Numa tigela, pique os tomates sem as sementes, adicione a mussarela, o alho e o manjericão. Tempere com sal e azeite misturando tudo muito bem.
Numa outra panela, cozinhe a massa em bastante água fervente salgada até o ponto al dente, coe e jogue sobre a saladinha misturando bem.
O calor da massa aquecerá o tomate e a mussarela.

Feeds

Os leitores podem acompanhar as notícias publicadas aqui no Frugal em tempo real através do formato RSS (Really Simple Syndication, Rich Site Summary ou RDF Site Summary). Para quem nunca ouviu falar disso, o RSS é um formato que foi criado em 1997 e usa a tecnologia XML (Extensible Markup Language) para a publicação automática de conteúdo e linques de um site em outros. Ele também permite o uso de programas conhecidos como leitores de RSS ou agregadores, que reúnem o conteúdo de diversos sites que fazem uso deste formato em uma única interface.

Os arquivos RSS -- também chamados de feeds -- trazem o título e o primeiro parágrafo das notícias, além de um linque para o tópico em questão, que remete para o Frugal e permite ler o texto completo da notícia, artigo ou receita.

Agregadores
Para ler as notícias no formato RSS ou XML será preciso fazer uso de um software agregador. Esse tipo de programa busca os feeds dos sites escolhidos pelo usuário e pode apresentá-los em um formato parecido com o dos programas de e-mail. Isso permite acompanhar as novidades de um grande número de sites sem precisar visitá-los um a um.

Existem agregadores que rodam diretamente no computador do usuário e outros que funcionam acoplados ao navegador ou mesmo em sites especializados como se fosse um webmail. Confira algumas opções:

FeedReader: leitor gratuito e de código aberto para Windows.
Bloglines: leitor RSS que pode ser acessado de qualquer lugar pela web. Permite organizar os endereços e compartilhar as listas com outras pessoas. Gratuito.
RSS Reader: gratuito, o software permite organizar feeds por categorias, marcar notícias importantes para leitura posterior, filtrar conteúdo e definir diferentes estilos de exibição.
Pluck: leitor gratuito que fica agregado a barra superior do Internet Explorer. Permite organizar feeds por categoria.
Sage: extensão para Firefox. Leitor RSS pequeniníssimo e gratuito.
NewsMonster: uma outra extensão para Firefox. Gratuita.
My Yahoo!: página personalizável do Yahoo! possui um módulo para exibição de feeds. O serviço ainda é experimental e exige cadastro no portal.
NetNewsWire: é um dos agregadores mais populares para o Mac OS X. Além da versão completa, que exige pagamento depois de 30 dias de uso, possui uma versão gratuita, sem alguns dos recursos da versão paga.

Os sites que possuem feeds em geral são identificados pelo botão Syndicate this site. Também é possível encontrar endereços de feeds em diretórios como o CompleteRSS ou nos brasileiros Projeto RSSficado e Feeds.com.br, que traz uma relação completa de feeds brasileiros separados por categoria.

Frugal no formato RSS
Para ter acesso as notícias publicadas no Frugal, copie o endereço abaixo e insira no seu leitor de RSS:

http://feeds.feedburner.com/frugal


Conteúdo personalizado
Eu também disponibilizei linques ali na coluna direita que permitem ler o conteúdo do blogue em outras línguas, sempre usando tradutores online disponíveis. Claro que o resultado não é um dos melhores, mas pelo menos assim os visitantes de outros países que chegam aqui por meio de outros sites conseguem ter uma idéia do que eu tenho escrito.

As línguas disponíveis são:

- português/inglês
- português/italiano (para Superfuji -- ciao, benvenuto! -- e a parentada italiana)
- italiano/português (para Floppy, que pediu a receita da Torta di Vianne -- obrigada pelas visistas!)

Por enquanto é só.

14.9.05

5º Sciopero della Spesa

Hoje, no período das 11:30 h às 13:30 h, os consumidores italianos farão greve, em protesto contra o caro custo de vida (pedem um rebaixamento dos preços de 20%) e o aumento da tarifa elétrica que entrará em vigor neste outono. A greve foi decidida na data de hoje porque o Senado italiano começará a discutir o projeto de lei sobre economia (risparmio).

Todos os cidadãos são convidados a participar da seguinte maneira: deixando de comprar QUALQUER TIPO DE COISA e/ou usar QUALQUER TIPO DE SERVIÇO nos horários estipulados (desde um simples café expresso no bar, doces e salgados nas lanchonetes, almoço e janta nos restaurantes, gêneros alimentícios nos supermercados, vestuário nas lojas e shopping centers, cigarros e bebidas, combustível nos postos, bilhetes de trem/ônibus/metrô, enviar sms, realizar ligações via celular, etc.) e também realizando um MINIBLACKOUT POR 5 MINUTOS (11:30 h - 11:35 h) desligando da tomada todos os aparelho eletro-eletrônico da casa ou local de trabalho (luzes de standby não podem permanecer acesas).

A greve contará também com manifestações públicas na Piazza MonteCitorio (Roma), na via Etnea (Catânia) e em Milão e Gênova; as luzes do Parlamento Italiano também serão apagadas.


Para saber mais:
+ IntesaConsumatori (em italiano, tradução online em português)
+ Guia da greve (em italiano, tradução online em português)

Carnes vermelhas

Em latim seu nome era vivenda, que significa "o que sustenta a vida" e é devido ao seu alto valor nutritivo que a carne é conhecida como o verdadeiro "sustentador" do nosso organismo.

Como escrevi na semana passada, a domesticação dos rebanhos foi a grande responsável da inclusão mais freqüente de carne na dieta humana.

Pouca coisa mudou com relação aos tipos de carne mais consumidos. Hoje, as principais carnes usadas na alimentação humana são: a bovina (a qual falarei abaixo), a bubalina (búfalo), a suína (porco), a caprina (cabra/cabrito), a ovina (cordeiro/carneiro/ovelha), a de aves (domésticas ou silvestres), a de pescados e a de caça. Em alguns países asiáticos consome-se carne de cachorro, mas esse é apenas um hábito localizado. Na Europa é muito comum o consumo da carne eqüina (a carne de cavalo é mais "limpa" e contém muito mais ferro que a de boi) e animais derivados (burro e mula)

Carne bovina
É a mais usada em todo o mundo. Para os consumidores em geral, o preço cobrado por ela é um fator determinante na hora de escolher o corte. Por exemplo, não é aconselhável ter sobras de carnes de cortes nobres, pois, em geral, seu sabor e textura ficam muito melhores quando preparados na hora. A quantidade de carne necessária para realizar receitas de cozidos, picadinhos e bolos de carne é sempre menor do que a necessária para bifes ou assados.

Alguns fatores influem na qualidade da carne: idade, sexo, condições gerais de saúde e a quantidade de gordura desenvolvida pelo animal. Já outros determinam essa qualidade: o tamanho das fibras musculares, sua textura, a irrigação sanguínea (maior ou menor) recebida pelo músculo e a distribuição da gordura (cobertura e entremeada às fibras). Por exemplo, animais novos têm carne mais clara e mais tenra do que bois velhos; por isso a carne de vitela é mais rosada.

Valor nutricional da carne
A principal função da carne na alimentação humana é fornecer proteínas, ferro e vitamina B12, elementos essenciais para a manutenção da saúde.

A carne é o alimento que contém a maior quantidade de ferro, sendo por isso muito importante no combate à anemia, principalmente nos grupos de risco, em que se incluem as crianças, mulheres em estado de gestação e idosos em geral.

Fique atento na hora da compra
Abaixo listo algumas recomendações básicas para uma ótima compra:
  • escolha antes o corte de carne que pretende comprar e só peça a opinião do açougueiro se ele for seu conhecido

  • a picanha é uma peça que nunca ultrapassa 3 kg de peso

  • as peças mais pesadas são oriundas de animais velhos ou trazem junto um pedaço do coxão duro

  • é preferível consumir carnes embaladas industrialmente, pois evitam excesso de manuseio, principal causa de sua contaminação

  • embalagens a vácuo deixam a carne um pouco mais escura, mas a cor volta ao normal (vermelho mais claro) em pouco tempo depois dela aberta

  • para não ter nenhuma dúvida sobre a procedência da carne que você está comprando, verifique nas embalagens os carimbos de certificação dos órgãos oficiais fiscalizadores (SIF, SIC)
É por toda sua versatilidade que a carne se traduz numa forte arma de qualquer cozinha, independente da ocasião.

Filé Mignon Recheado com Cogumelos

Ingredientes
- 800 g de filé mignon
- 1 copo de vinho branco seco
- 100 g de manteiga
- 1 copo de brandy
- 2 folhas de louro
- 1 pitada de tomilho
- 1 cebola grande cortada bem miudinha
- 400 g de cogumelos do tipo champignon
- sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo
Limpe bem a carne, coloque-a numa vasilha, cubra-a com o vinho e deixe marinar por uma noite.
Numa frigideira derreta 40 g de manteiga e junte o brandy, o louro, o tomilho, o sal e a pimenta-do-reino. Mexa bem e adicione a cebola. Deixe-a dourar em fogo brando.
Junte os cogumelos e deixe apurar por uns 10 minutos.
Escorra a carne a abra-a ao meio. Separe alguns cogumelos para decorar o prato e corte os demais em pedaços. Recheie a carne com ele, dobre-a e enrole-a com um fio grosso para que o recheio não saia. Doure-a na manteiga que sobrou e regue-a, de vez em quando, com o vinho em que esteve de molho. Tampe e cozinhe-a por cerca 40 minutos. Se preferir carne mais crua, como rosbife, deixe-a no fogo somente por 20 minutos. Depois de pronta, tire o fio, corte-a em fatias e sirva-as com o molho em que a carne cozinhou, com os cogumelos inteiros por cima.

A falta de consumo de carne na dieta pode trazer conseqüências negativas para o nosso corpo, mas o consumo em excesso também pode fazer mal. Os nutricionistas recomendam que para ter uma "dieta equilibrada", uma pessoa adulta com peso normal (75 kg) deve incluir 100 g de carne vermelha duas vezes ao dia. Ingerir mais do que isso é considerado exagero e vai exigir mais esforço do organismo para ser digerida.

13.9.05

Ricota

A ricota é um produto de origem italiana (ricotta), onde normalmente é fabricada por meio de uma precipitação dupla a fim de retirar todas as proteínas do leite. No Brasil é produzida usando-se soro como matéria-prima e, por isso, é também conhecida por queijo albumina, pois esta é uma proteína do soro presente em grande quantidade na ricota e não é coagulada pelo coalho.

O princípio de fabricação de ricota é baseado na precipitação das proteínas do soro por meio de calor associado à acidificação.

A ricota pode ser comercializada fresca, condimentada ou até mesmo defumada, sendo prensada antes de ir ao defumador. É um produto de alto valor protéico e baixo valor calórico, o que auxilia em pessoas em regime alimentar. Além disso, é comercializada geralmente sem sal o que permite o consumo por pessoas portadoras de hipertensão arterial. Também trata-se de um produto bastante utilizado em culinária e mesmo quando exposta ao calor, não muda seu sabor. O rendimento da sua fabricação situa-se em torno de 4 a 5% em relação ao volume de soro trabalhado.

Ricota Caseira

Ingredientes
- 4 litros de leite
- ½ xícara (chá) de suco de limão

Preparo
Ferva o leite com o suco de limão.
Quando talhar (o soro fica separado da gordura), coloque o leite numa pano bem fino (semelhante ao da fralda), amarre como uma trouxinha e deixe escorrer por cerca de 5 horas (mínimo).
Abra a trouxinha, retire a ricota, coloque num recipiente fechado e leve a geladeira.

Obs.: reaproveite o leite que talhou para fazer ricota.

Preparo
Para cada litro de leite que talhou ao ferver, junte 1 colher (sopa) de sal grosso e deixe ferver por 5 minutos.
Faça como no procedimento acima para escorrer.

Dica: essa ricota por ser salgada só serve para preparacões de pratos salgados.

Viu só como é fácil preparar ricota em casa! :-)

Mas lembre-se: a ricota é um produto muito perecível, possuindo uma baixa durabilidade. A ricota prensada apresenta uma durabilidade ligeiramente maior, porém possui um rendimento menor. Via de regra uma ricota fresca dura cerca de 10 dias, com boas condições de fabricação e refrigeração (2 - 4º C).